sábado, 2 de abril de 2011

Como identificar um bom exame de Densitometria Óssea

A Densitometria Óssea através de equipamentos DXA (Dual X-Ray Absorptiometry) constitui hoje o método de medida de massa óssea de maior utilidade no diagnóstico da Osteoporose e na avaliação da resposta terapêutica. No entanto, a não distinção entre exames de boa e de má qualidade pode induzir a condutas clínicas inadequadas.
Este reconhecimento pode ser relativamente fácil seguindo uma rotina simples.
O que devemos observar no exame da Coluna Lombar
  • A centralização da coluna, com quantidades semelhantes de partes moles de ambos os lados (seta amarela);
  • A retificação da coluna, sem desvios laterais (excluindo casos de escoliose);
  • O aparecimento de pequena porção de ambas as cristas ilíacas (setas brancas);
  • A visualização do último par de costelas e parte de T12 (seta vermelha);
  • A ausência de artefatos (zíperes, botões, contrastes e medicamentos radiopacos, etc);
  • A definição adequada de limites anatômicos, espaços intervertebrais e regiões de interesse;
É prerrogativa importante do densitometrista a exclusão de áreas comprovadamente comprometidas com fraturas, manuseios cirúrgicos e/ou outras alterações que podem falsear a medida da DMO.

O que devemos observar no exame do Fêmur
  • O alinhamento da diáfise femoral (sem adução ou abdução significativa da coxa [seta verde]);
  • A presença de partes moles abaixo do ísquio (seta azul) e acima do grande trocânter (seta vermelha);
  • O pequeno trocânter deve estar parcialmente escondido pela rotação interna do membro inferior examinado (seta branca), e o ângulo formado entre o fêmur e o ísquio deve permitir o posicionamento do "retângulo" de identificação do colo do fêmur que, sempre que possível, deverá estar perpendicular ao colo e conter apenas partes moles em todos os seus ângulos.
As avaliações comparativas também necessitam do conhecimento de possíveis variações e erros da técnica. No exame do Fêmur Proximal a angulação do colo femoral em relação à diáfise femoral (seta amarela) deve ser constante. Um cuidado redobrado com o posicionamento é necessário em exames de controle.
Este ângulo geralmente consta nos impressos do exame. Os exames comparativos devem ter a maior semelhança possível, com utilização de áreas de interesse iguais para permitir a comparação entre os mesmos segmentos e regiões e, sempre que possível, no mesmo equipamento. O conhecimento do coeficiente de variação, para cada segmento estudado, deve ser informado nos laudos, permitindo ao clínico saber se a variação medida na DMO em exames comparativos é significativa ou não.
        
Fonte: Sociedade Brasileira de Densitometria Clínica
Editora responsável: Dra. Elisabete Almeida - drabetty@lincx.com.brF

Imagens de aparelhos de densetometria ossea

Fotos retiradas do site :www.google.com.br/.imagensdensetometriaossea.

Imagens Densitometria ossea

Densitometria ossea

HISTORIA DA DENSITOMETRIA OSSEA
Foi desenvolvida por John Cameron e James Sorenson em 1963. O primeiro densitômetro comercial da história foi desenvolvido na Universidade de Wisconsin – Madison USA em 1972, sob a tutela de Richard B. Mazess, Ph. D. fundador da Lunar Corporation. O aparelho chegou ao Brasil em 1989. (*12)
O CONCEITO DA DENSITOMETRIA OSSEA 
O exame de Densitometria Óssea institui-se como um método eficiente, simples, rápido e não requer nenhum preparo especial e nem estar em jejum para se medir a densidade mineral óssea, e comparar com padrões para idade e sexo, além de detectar o grau da osteoporose, indicar a probabilidade de fraturas e auxiliar no tratamento médico. Um aliado indispensável para o diagnóstico e tratamento da osteoporose, osteopenia e de outras possíveis doenças que possam atingir os ossos e é o único método para um diagnóstico seguro da avaliação da massa óssea e conseqüente predição do índice de fratura óssea. Indicado para todos os indivíduos com mais de 65 anos. (*2, 4, 5 ,12)
www.gineco.com.br/exames.../densitometria-ossea.html


Densitometria óssea 

 
Publicado em: 24/08/2007   
Autor: Cynthia Brandão 
A osteoporose é uma doença esquelética sistêmica, caracterizada tanto por uma deficiência quantitativa quanto qualitativa de osso. Tal conceito é universalmente aceito há mais de uma década. No entanto, os métodos de avaliação da microarquitetura óssea permanecem pouco informativos enquanto que a densitometria por DEXA (dual energy x-ray absorptiometry), a técnica mais atual para a medida da densidade mineral óssea, tornou-se "padrão ouro" para o diagnóstico de osteoporose e para uma variedade de aplicações clínicas e de pesquisa.
Desde a década de 60, com o desenvolvimento da absorciometria de feixe único de energia (single photon absorptiometry, SPA) para medir a densidade mineral óssea (bone mineral density, BMD) do antebraço, inúmeras modalidades de aparelhos baseados em fontes radioativas e posteriormente em raios X permitiram a medida de sítios ósseos periféricos e axiais, com progressiva melhora na acurácia e precisão. A densitometria óssea por DEXA é um método quantitativo de avaliação da massa óssea extremamente útil. A menor massa óssea é um fator preditivo para fraturas osteoporóticas tão valioso como a hipertensão e níveis de colesterol na avaliação do risco de acidente vascular cerebral e/ou infarto do miocárdio.
Em 1994, a Organização Mundial da Saúde, baseada no fato que a medida fornecida pela densitometria por DEXA, a BMD, responde por cerca de 70% da resistência óssea e tem uma relação exponencial com o risco de fraturas (1), com excelente reprodutividade, definiu o diagnóstico densitométrico de osteoporose (2,3).
Metodologia e critérios diagnósticosA técnica baseia-se na atenuação, pelo corpo do paciente, de um feixe de radiação gerado por uma fonte de raio X com dois níveis de energia. Este feixe atravessa o indivíduo no sentido póstero-anterior e é captado por um detector. O programa calcula a densidade de cada amostra a partir da radiação que alcança o detector em cada pico de energia. O tecido mole (gordura, água, músculos, órgãos viscerais) atenua a energia de forma diferente do tecido ósseo, permitindo a construção de uma imagem da área de interesse (Fig. 1).
Figura 1
Figura 1 - Densitômetro DPX-IQ Lunar
O exame fornece o valor absoluto da densidade mineral óssea da área estudada, em g/cm2. Embora densidade seja uma medida volumétrica e a BMD em posição antero-posterior, que é a mais comumente utilizada, seja o resultado do conteúdo mineral ósseo dividido pela "área" e não por "volume" de osso, existe uma grande correlação entre a densidade por "área" e a densidade real, volumétrica, medida por tomografia computadorizada.
O laudo também fornece o número de desvios padrão do resultado obtido em relação à média de adultos jovens, população que representa o pico de massa óssea. Este desvio padrão, ou T-score, é usado para definir o diagnóstico de osteoporose segundo os critérios da Organização Mundial da Saúde: valores até (-1) desvios padrão (d.p) da média são considerados normais, valores entre (-1,1) e (-2,4) d.p. definem osteopenia e valores ³ (-2,5) d.p. diagnosticam osteoporose. Mais de 90% dos indivíduos com fraturas a mínimos traumas ou atraumáticas têm valores de densidade mineral óssea além de -2,5 desvios padrão da média de adultos jovens e esta é a razão para que este valor de corte fosse escolhido para o diagnóstico de osteoporose, mesmo na ausência de fraturas. Para cada desvio padrão abaixo da média, eleva-se de 1,5 a três vezes o risco de fraturas osteoporóticas, dependendo do sítio ósseo analisado.
O Z-score ou número de desvios padrão em relação à média esperada para a idade do paciente é outro parâmetro de interesse, particularmente nas osteoporoses secundárias a doenças crônicas ou ao uso crônico de medicamentos que afetam a massa óssea.
A dose de radiação que o operador recebe, mantendo-se a um metro da mesa quando o aparelho estiver em funcionamento, está nos mesmos níveis da radiação ambiental. O paciente recebe uma dose de 6,7 a 31uSV no exame de coluna lombar ou fêmur e uma dose ainda menor no exame de corpo total. Para compreendermos a magnitude destes valores, basta compararmos com uma tomografia (1000uSv) ou com um exame radiográfico de tórax (60 a 200 uSv).
Regiões de interesse para a densitometria (4,5)A densitometria por DEXA pode avaliar a coluna lombar (PA e perfil), o fêmur proximal, o antebraço e o corpo inteiro com sua composição corporal. Algumas condições clínicas e/ou artefatos podem prejudicar ou inviabilizar o exame, tais como: realização de exames radiológicos contrastados (enema opaco, tomografia, EED, mielografia, etc.), exames de Medicina Nuclear, próteses e grampos metálicos de sutura (staples) na área do exame, grandes deformidades vertebrais, doença osteodegenerativa tanto em coluna quanto em fêmur, obesidade (> 125 kg), calcificações de tecidos moles adjacentes ou na projeção da área de interesse, antecedente de fraturas, ascite e impossibilidade de posicionamento adequado.
http://www.fleury.com.br